
Mas após certo tempo, é iminente que a sensação de superficialidade não apareça, sensação de que alguma coisa está faltando. Talvez, consciente ou não, nesta etapa, os solteiros procurem uma relação mais profunda nas andanças de rotina.
E um belo dia, nestas andanças, aparece a pessoa dos sonhos que fecha com todas as características, ou quase todas idealizadas. Mesmo gosto pelo estilo de arte, curte as bandas que só você achava que conhecia, freqüenta os mesmos lugares estranhos e tem até os mesmos cacoetes. Parece que foram criados juntos, parece que os pensamentos somam-se.
Logo começa a empolgação dos primeiros encontros e, a cada dia, o universo começa a ganhar um novo centro, as cores a ficarem mais intensas, os dias mais longos, o sol mais brilhante e a lua ocupa um lugar maior no céu. A sensação de estar queimando sem fogo, o choque que transpassa o corpo sem eletricidade e, a impressão de passar o dia incompleto só acaba ao estar junto do seu amor. Amor? Já? Será que está indo rápido de mais? Isso mesmo, bem vindo ao vale do desatino.
Porém para a infelicidade dos amantes, junto com essas sensações, vêm junto outras, como ciúmes, preocupação e a maldita insegurança. Onde está a paz que era tão presente? Deve ter ido junto com a liberdade. O limite para amar e odiar é mais fino que um fio de cabelo.
Os benefícios de solteiro são ótimos: a paz, tempo para pensar exclusivamente em nós, ir onde quiser e quando quiser sem dar satisfação a ninguém... Mas a intensidade das emoções de estar amando nos faz sentirmos vivos como nunca, o coração bate mais forte, o sangue é mais quente e pulsa total intenso, a sensação de completo...
Então, qual é a vantagem? Na verdade a vantagem é fazer o que estamos preparados no momento, sem forçar, o que nos faz bem. Não adianta idealizar qualidades nas pessoas por necessidade - a convivência se encarrega de acabar com elas - e, muito menos, dispensar pessoas interessantes, sendo refém da tal liberdade.