terça-feira, 19 de maio de 2009

'Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...'

Fernando Pessoa

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Clarice L



Em varios momentos eu comento com amigos que nao tenho vicios, pelo fato de nao beber, nao fumar ... Quando percebo que estou a depender de algo, minha primeira reacao, inconciente, e` me afastar desse possivel vicio. Ele passa a nao ter valor nenhum. Parece que ao me afastar, provo-me mais forte do que essa possivel dependencia.



Mas admito que sou viciado nos textos da Clarice Lispector, quando passo tempos sem ler, ou na maioria das vezes, reler, me sinto perdido, ela consegue me tocar. Acabo me apropriando dos seus textos, parece que eu os escrevi. Mesmo ela sendo, em certos casos, abstrata, simbolica e depressiva, alem de me identificar, seus livros me ajudam a entender e superar meus problemas em diiversas areas da minha vida.



Agora, em Londres, mais uma vez ela me ajudou:



“Sou tão misteriosa que não me entendo.”


“Através de meus graves erros — que um dia eu talvez os possa mencionar sem me vangloriar deles — é que cheguei a poder amar. Até esta glorificação: eu amo o Nada. A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada. E desta queda é que começo a fazer minha vida. Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo. Não sei o que fazer de mim, já nascida, senão isto: Tu, Deus, que eu amo como quem cai no nada.”



Clarice Lispector