segunda-feira, 24 de setembro de 2007

REACH OUT AND TOUCH FAITH

Ao lado do rádio relógio velho e prateado da Panasonic, em plenos anos oitenta, lembro de uma música estranha que me chamava a atenção. Sua batida era diferente e forte, a voz era sinistra e eu, criança, entendia apenas “Jesus”. A música me instigava. Já nos anos noventa, a tal música insistia em tocar nas rádios, eu não tinha noção de quem cantava. Logo após fui me tornar muito fã de uma banda, quando comprei o CD de coletâneas dessa mesma, adivinhem! Aquela música que me perseguiu ao logo dos anos fazia parte de uma das faixas. Gostava dela pela musicalidade, não entendia inglês nem tinha visto a tradução da letra.

Hoje em dia o meu fanatismo cresceu e, todas as pessoas que convivem ou conviveram comigo, já foram obrigadas a tomar um porre de DEPECHE MODE. O visual peculiar: roupas de couro, cabelos estranhos, óculos escuros, danças sem noção e, a musicalidade: vocal sinistro, teclados alucinantes e letras depressivas. Além de tudo, retratam perfeitamente a cena trash dos anos oitenta.

Estes tempos estava tocando a tal música no meu computador quando prestei atenção na letra. Fala em ter um deus personal, alguém que esteja sempre perto para nos escutar, que se preocupe. Achei interessante e vi que tenho alguns “Personal Jesus”, amigos que me ajudam aconselhando, escutando meus lamentos e vibrando com minhas vitórias. Assim como sou o “Personal Jesus” de alguns deles também.

A música me fez refletir na importância dessas pessoas que nos apóiam dia a dia e que nós temos o dom de perdoar, ajudar e inspirar os outros. Conforme fala Martin Gore na letra: ouvir suas preces.

Ps: - Não é só essa letra do Depeche que me impressiona, “Enjoy the Silence”, “A Question of Time”, “Everything Counts”…, mas isso é assunto para outra hora.

Personal Jesus – Depeche Mode

Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who cares
Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone whos there

Feeling unknown
And youre all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
Ill make you a believer

Take second best
Put me to the test
Things on your chest
You need to confess
I will deliver
You know Im a forgiver

Reach out and touch faith
Reach out and touch faith

Your own personal jesus...

Feeling unknown
And youre all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
Ill make you a believer

I will deliver
You know Im a forgiver

Reach out and touch faith

Your own personal jesus

Reach out and touch faith


8 comentários:

Ana Reczek disse...

r de eu nao ser muito depeche mode, tenho um personal jesus: tu.
;)

alemauzito disse...

hj em dia a coisa que cada vez mais aparece sao os personal alguma coisa... ateh personal friend existe.
Mas se paramos para pensa por um minuto, o personal friend nem se compara ao personal jesus... se fosse uma profissao com certeza o salario seria o bem estar do amigo, ao contrario do friend la
ehehehe, entao personal jesus sempre esteve na moda, assim como o personal friend, depende com quem vc usa cada um dos metodos... espero estar entitulado no jesus que do seriado norte americano de maior sucesso (huaHUAua QUE PIADA PODRE)
pode ter certeza que eu procuro o jesus em vc e nao apenas um amiguinho "americanisado"
abraço ae pia

Oscar disse...

É... Personal jesus são mui interessantes msm... ^^

Eu nuca ouvi mt Depeche Mode, ñ; mas os meus amigos tb sofrem c/ o meu fanatismo c/ Kylie... Amigos fanáticos tb são mui interessantes...

Qlqr dia desses vou baixar alguma música deles...

Abção, cara!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Li um texto, há uns quatro dias atrás, que definia Deus como a habilidade que nós temos de executar ações que resultam na multiplicação das reações. O escritor definia esta capacidade de mudar o curso da história como o poder de Deus.

Este Personal Jesus também estaria em nós. É a capacidade que temos de ajudar nossos amigos a enfrentarem melhor os distúrbios que ocorrem no decorrer da vida.
Já fui para uns, e ainda sou para outros, o Personal Jesus de alguns indivíduos por aí. Sempre valorizei ao máximo as amizades deles, pois estes pequenos (às vezes duradouros) e raros (há casos com constante freqüência) momentos são de confiança suficiente para eu preza-las ao extremo. Muitas vezes em que ouvi “nunca contei isso pra ninguém”, ou “não sabes como estás me ajudando”, e até mesmo um “tu sabe que eu te amo, né?” carregado de alívio, no final da conversa, era como se eu estivesse sendo reconfortado dos meus problemas, dos meus distúrbios.

Não tenho um Personal Jesus para estes fins. Sempre tentei resolver meus problemas sozinhos. Quando fico mal, paro e penso. Reflito sobre o que está acontecendo e tendo evitar o máximo possível as ações que podem ter reflexos negativos em mim. Egoísta? Talvez. Funciona? Às vezes. Quando da errado, abuso dum artifício: distração.
E é na distração que eu uso os meus Personal Jesus’. “Feeling unknown; And you’re all alone”. Na companhia deles, o meu humor e auto-estima elevam-se misteriosamente. E a eles que eu agradeço. A presença dessas amizades ao longo da vida é essencial a sua seqüência.

Parabéns pela iniciativa de criar o blog. Ambos os textos estão muito bem construídos e caracterizados. O teu primeiro texto despertou lembranças sobre minha infância e família. Não pela semelhança, pois não tive essa relação sincera que tu tevês com a tua avó, mas pela profundidade que tu atingiste ao passar este intenso saudosismo.

Continue com a bela escrita. Abraços!

P.S.: Poderia ilustrar teus textos com as tuas fotografias. Não é qualquer escritor que possui tal talento.

rafa maia disse...

Há um quê de interessante quando se percebe que a leitura do texto de outra pessoa mexe intrinsicamente com aquela que o lê. Arrisco-me a dizer mais até: há algo de essencial que o texto de outra pessoa mexa com o leitor. De certo modo, e longe de parecer leviano, talvez o que alguém escreva só se torne de fato importante quando toca profundamente aquela outra pessoa. É uma perspectiva, é óbvio, assim como o é a suposta vulnerabilidade a que se submete quando se dispõe a quem quer que seja um texto pessoal. Bobagem: a vulnerabilidade é enriquecedora quando usada com inteligência. A vulnerabilidade pode ser uma forma camuflada, porém não menos bonita, de chegar a alguém como quem disesse: "eu talvez não me conheça muito bem, mas faço sem vergonha meus esforços para que isso aconteça ". Falemos de vulnerabilidade noutra hora. Falarei a você de vulnerabilidade noutra hora. Por ora, quero dizer que seu texto é, mais do que bonito, sincero. Ao me apropriar indevidamente de cecília meirelles, posso pensar que meu personal jesus pode ser eu mesmo, se algum dia eu conseguir me encontrar por completo. "Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?". A distância que separa cecília meirelles de depeche mode pode ser menor do que se supõe. Os espelhos não mudam sua composição se, por ventura, refletirem imagens diferentes.

é o rafa do van ^^ abraço, jackson!

Flaviana disse...

Pow Jack, que bacana vc escreve muito bem, parabens.
Mas tenho certeza que esta musica nao te perseguiu a toa, Deus escolhe as pessoas.
Se todos buscassemos seguir algumas atitudes de Jesus seriamos mais sabios.Conte comigo meu querido beijos.

Clodie disse...

Gostei muito deste seu texto também, Jack. Me fez parar e pensar que conheço bem pouco (na verdade, quase nada) de Depeche Mode. Vou prestar mais atenção neles daqui pra frente, graças ao seu texto. Você me inspirou também a escrever sobre a banda que eu mais gosto (você sabe bem qual é). Mas para quem está lendo este comentário e não sabe: a minha banda favorita é The Smiths. Mas aí você imagina, né...meu texto ia ter umas 40 páginas. Deixa quieto...
Parabéns por mais este texto! Muito legal! Abraço forte, Clodie